Serenamente se olha para um futuro que vem do passado, e por mais incrível e surpreendente que seja... não conseguimos perceber o que vai acontecer!
Talvez não seja tanto surpresa, mas sim vontade de ser adivinha sem qualificações, habilitações ou mestria que valham a pena.
Então, que rumo tomar? Sentar e esperar (como diz Susanna Tamaro no meu último post), ou desesperar e correr para o mar (de sonhos, surpresas e de mistério, sejam eles bons ou maus...)?
Porque a construção do futuro tem hora marcada no presente, e o projecto é desenhado através do passado, experiências, histórias e canetas que fomos recolhendo no caminho muitas ou poucas vezes tortuoso...
E às vezes tudo isto mete medo, porque o futuro nem que seja daqui a uma hora, por vezes nos aparece na forma de uma densa cortina de nevoeiro, em que a expressão "não ver um palmo à frente do nariz" não está muito longe da realidade.
Mas, se o incerto nos tenta dominar, podemos procurar um pouco de paz e serenidade dentro de nós, porque temos sempre aquela essência que nos guarda da loucura e é um pequeno chapéu que nos guarda da trovoada eminente, e quem sabe até afastá-la...!
Positividade que serenamente admiramos, mesmo quando já não se vê o sol no horizonte, mesmo quando todos os pássaros voam para sul ou quando se contempla algo que não vimos, mas sabemos que existe, em algum ponto indefinido do universo e dá um aroma diferente ao céu e aos sentidos...
(Fim de Tarde - Alentejo, Vale do Freixo)
E quando já nada se sabe
Entre sonhos e verdade
Apenas fica
Uma metade de nós
Parte de vivacidade
Entre nós e pós de candeias
Castelos e ameias...
(...)
Então serenamente me aninho
Sobre a coberta rota
Ao frio sobreposta
Pele à mostra
Alma à solta
E armas guardadas
Porque entre rios e estradas
Somos caminhantes
Admiremos a paisagem!
Vira a página
Porque não és miragem...